O Arco-Íris, Yasunari Kawabata

Kawabata, Yasunari. O Arco-Íris. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2024. 

Tradução: Francisco Agarez

Nº de páginas: 208

Início da leitura: 28/11/2024

Fim da leitura: 30/11/2024

**SINOPSE**

"Poucos anos depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, e com o Japão ainda abalado pelos seus efeitos, duas irmãs - filhas do mesmo pai mas de mães diferentes - esforçam-se por compreender o novo mundo em que caminham para a idade adulta. Asako, a mais nova, vive obcecada pelo propósito de encontrar uma terceira irmã, ao mesmo tempo que experimenta o amor pela primeira vez.

Enquanto isto, Momoko, filha primogénita do seu pai - assombrada pela perda do namorado kamikaze e pelos últimos dias tormentosos que viveram juntos -, procura refúgio numa série de romances doentios. e ambas se sentem incapazes de escapar ao legado das suas falecidas mães.

Romance sensível e profundo sobre os persistentes traumas da guerra, os indestrutíveis laços familiares e a inelutabilidade do passado, O Arco-Íris é uma obra lancinante e melancólica de um dos maiores escritores japoneses."

Esta obra aborda as complexas e quase inacessíveis relações humanas e familiares. Numa sociedade japonesa do pós II Guerra Mundial, marcada por grandes mudanças sociais e traumas, conhecemos Asako e Momoko, filhas do mesmo pai, mas de mães diferentes. Asako quer encontrar uma terceira irmã, que o pai ocultou, e que é gueixa em Quioto. Momoko, a mais velha e cuja mãe se suicidou, por seu turno, sente-se sempre a "enjeitada" em casa do pai, e isso é determinante na sua personalidade soturna e nas relações auto-destrutivas em que se vai envolvendo.
Para além das descrições de paisagens naturais, a que Kawabata já nos habituou, marcantes e poéticas, destaco aqui os diálogos entre as personagens, escritos com uma apuradíssima sensibilidade, que nos dão a conhecer os seus pensamentos mais recônditos, as suas fragilidades, os seus lutos, amores, culpas...
Não é um livro de ação, mas que convida à reflexão, à introspeção. Recomendo, para quem aprecia o género.

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