A Besta, Carmen Mola

Mola, Carmen (2022). A Besta. Lisboa: Planeta de Livros.

Tradução: Paulo Ramos

Nº de páginas: 416

Início da leitura: 20/05/2022

Fim da leitura: 22/05/2022

**SINOPSE**

«- A Besta virá atrás de todos nós. A Besta vai matar-nos...»

Madrid, 1834. A cidade é assolada por uma terrível epidemia de cólera. Mas a peste não é a única coisa que aterroriza os seus habitantes: nos bairros mais pobres e esquecidos da cidade, aparecem cadáveres de meninas desmembradas que ninguém reclama. Tudo aponta para a Besta, um ser que nunca ninguém viu, mas que todos temem.

Quando a pequena Clara desaparece, a sua irmã Lucía, juntamente com Donoso, um polícia zarolho, e Diego, um jornalista hábil e fura-vidas, iniciam uma busca frenética para a encontrar. Pelo caminho conhecem frei Braulio, um monge guerrilheiro, e deparam-se com um misterioso anel de ouro com duas maças cruzadas que todos cobiçam, e pelo qual muitos estão dispostos a matar.

Três autores espanhóis assinam com o pseudónimo Carmen Mola - Jorge Díaz, Agustín Martínez e Antonio Mercero. Já tinha gostado de A Noiva Cigana, mas penso que este o superou, pelo menos no meu entender. Gosto da forma como toda a ação se desenrola, de forma imparável, mas com um fundo histórico que torna as histórias verosímeis, cativando-nos e prendendo-nos no seu enredo. Um pouco à maneira de Zafón, em termos do frenético ritmo, desta feita em Madrid de 1834.

As personagens estão muito bem construídas, captam a atenção, têm as suas virtudes e defeitos, sem que isso seja impedimento para empatizarmos com elas. Cativam pela pureza, pela força, pela coragem, pela persistência e pela forma como desafiam os seus próprios medos.

Numa época em que Madrid se vê assolado pela cólera, que mata tanta gente, duas crianças, cuja mãe foi vitimada por esta epidemia, veem-se sozinhas, aterrorizadas, cheias de fome. Acabam por roubar um anel que mudará o rumo das suas vidas. Lucía, a mais velha, no desejo urgente de cuidar da irmã, Clara, começa a trabalhar numa casa de prostituição. Alegra-a poder levar comida à irmã e quer ganhar dinheiro suficiente para mudarem de vida. Clara, quando se apercebe do esforço da irmã para cuidar dela, considera que também a deve ajudar e tenta vender o dito anel num prego. É a partir daqui que as suas vidas sofrem uma grande mudança, pois alguém quer muito este anel…

Mais não conto. Adoro a forma como estes escritores tecem a sua narrativa, que se torna empolgante, viciante, comovente e impossível de largar enquanto não se veem terminadas as 416 páginas, que lemos a um ritmo de tal forma intenso, que nem nos apercebemos e, quando acaba, queríamos mais. Quero muito ler mais livros deles. E, claro está, aconselho muito a sua leitura!

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