Sukegawa, Durian (2022). Doce Tóquio. Alfragide: Edições ASA II.
Tradução:
Isabel Veríssimo
Nº de páginas:
192
Início da
leitura: 12/05/2022
Fim da leitura: 13/05/2022
**SINOPSE**
Apenas
as cerejeiras denunciam a passagem do tempo. Primeiro com os seus pequenos
botões, depois com as delicadas pétalas que voam ao vento… Numa pequena
pastelaria perdida nas ruas de Tóquio, os dias sucedem-se sempre iguais. É aí
que Sentarô confeciona dorayaki, um doce tradicional japonês ao qual não dedica
grande atenção. Sentarô parece, aliás, ter desistido da vida. Abandonou o sonho
de ser escritor, bebe demasiado e não tem amigos.
Mas
tudo está prestes a mudar.
No
seu caminho surgem Tokue, uma senhora idosa que se entrega à preparação de
dorayaki de alma e coração; e Wakana, uma menina solitária que se debate com os
seus próprios fantasmas. Aos poucos, os improváveis companheiros descobrem que
têm muito a oferecer uns aos outros. Mas Tokue esconde um passado turbulento
que, inevitavelmente, vem ao de cima… com consequências devastadoras.
Doce Tóquio é uma história comovente sobre a fragilidade humana, o poder redentor da amizade e a beleza das coisas simples. Numa prosa límpida e bela, Durian Sukegawa fala sobre o nosso propósito na vida, exortando-nos a parar, a escutar e a observar, sempre. Um livro que encanta leitores de todas as idades, intemporal e pleno de sabedoria.
A primeira coisa que me encantou neste livro foi a capa, a escolha das cores suaves, o olhar das personagens retratadas, as cerejeiras, que têm uma simbologia tão marcante no livro! Espero, sinceramente, que, pelo facto de já haver filme deste livro, não alterem nunca a capa e coloquem a
do filme. Normalmente, é assim que assassinam as capas dos livros. Há que perceber que o livro e o filme são distintos. As capas também o devem ser!Esta
é uma história singela, contada de uma forma doce, e, ao mesmo tempo, repleta
de tradição, histórias, lições de vida, crenças, amizade e do valor e beleza de
todas as coisas simples que nos rodeiam sempre com algum propósito.
A
narrativa começa numa pastelaria, no centro de Tóquio, onde Sentarô vende os
seus dorayaki. Tokue é uma senhora de alguma idade, que para ao pé da
pastelaria e pede emprego a Sentarô. Este, recusa. Ela, volta e deixa-lhe uma pequena
porção do seu doce de feijão, muito diferente do doce sem alma que ele coloca
nos seus dorayaki. Acaba por contratá-la, pensando apenas no facto de lhe pagar
pouquíssimo e de poder vir a obter lucros elevados na venda dos seus doces. Mas
há uma explicação para o facto de ele querer obter lucro rapidamente. Também
aqui é abordada a questão do preconceito relativamente à diferença. Sentarô não
quer que Tokue saia da cozinha e se apresente aos clientes, que poderiam deixar
de aparecer ao vê-la, ao ver a deformidade dos seus dedos. Também para isto há
uma explicação. Passados de sofrimento que convergem e que fazem despertar
valores mais elevados do que os que se mostram inicialmente. Depois, temos uma
adolescente, Wakana, também ela com problemas. Uma amizade improvável entre
três gerações distintas vai contar-nos uma doce história de superação, de
coragem, de resiliência, de amizade.
Gostei
e aconselho a leitura!
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