A Vida Nova, Orhan Pamuk

Pamuk, Orhan (2006). A Vida Nova. Lisboa: Editorial Presença.

Tradução: Filipe Guerra

Nº de páginas: 296

Início da leitura: 12/07/2023

Fim da leitura: 15/07/2023

**SINOPSE**

Após ter conquistado a distinção máxima na área da literatura, ao ter vencido o Prémio Nobel da Literatura, edição 2006, Orhan Pamuk, já publicado em Portugal com "A Cidadela Branca" e "Os Jardins da Memória", lança novo romance. "A Vida Nova" tornou-se num dos livros mais lidos de sempre na Turquia, sendo também aguardado com grande expectativa em Portugal. Nesta parábola sobre o amor, a literatura e a identidade, vamos ao encontro de Osman, um jovem estudante universitário. Obcecado com um livro mágico que trata da natureza perigosa do amor e da personalidade abandona a casa, a família e os estudos. A bela Janan irá tornar-se a sua companheira na busca pelo significado dos segredos mais obscuros do livro. Dá-se assim início a uma odisseia pelo coração da Turquia, onde o perigo se esconde a cada esquina e onde o amor não é um refúgio. Uma obra-prima da literatura universal.

Tudo começa com o dia em que Osman, o protagonista, um estudante universitário, vê um livro de uma colega (Janan) e resolve comprar um exemplar. Acontece que este é um livro que se revela absorvente, ao ponto de absorver a própria vida de Osman e o leva a desejar a "Vida Nova". Quando o namorado da sua colega, Mehmet, desaparece, decidem embarcar em viagens em busca de Mehmet, através do seu pai, o Dr. Fine. Certo é que, após a leitura deste livro, nunca mais ninguém será como era. O que estaria escrito neste livro? Por que razão não deveria ser lido?

Uma premissa muito interessante, uma imaginação incrível. Porém, considerei, em determinado momento, algo aborrecido, porque essa procura por Mehmet é uma viagem tão atribulada e surreal, que, a meio, deixei de sentir o sentido dessa viagem ou de ver nela um sentido. No final, felizmente, recuperei o entusiasmo pela leitura.

Certo é que os livros mudam vidas, mostram caminhos (com um fim ou não), abrem perspetivas e novos horizontes, fazem crescer, acentuam o amor, permitem descobrir o mundo e a si mesmo, ou, simplesmente, mostrar o "esplendor da morte". Até que ponto existe esse mundo que se pode crer perfeito? Até que ponto precisamos de uma vida nova? Ou, até que ponto temos de partir de nós para nos encontrarmos? Para encontrarmos a causa original das coisas?

A magia dos livros está em o encararmos como tendo sido escrito para nós, como o reflexo da nossa história. Só assim têm o poder de mudar as vidas de quem os lê e fica neles irremediavelmente preso.

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