Luz Oculta, Joanne Harris

 Harris, Joanne (2023). Luz Oculta. Alfragide: Edições ASA II.

Tradução: Ana Saldanha
Nº de páginas: 448
Início da leitura: 06/07/2023
Fim da leitura: 07/07/2023

**SINOPSE**
"Bernie Moon era especial. Aos dezanove anos, acumulava sonhos, alegria e ambição. Mas os anos passaram e o seu brilho foi desvanecendo aos poucos. É agora uma mulher cansada e infeliz. Dedicada ao marido e ao filho, não tem tempo para si própria, não tem amigos e sente-se cada vez mais invisível.

Quando uma jovem mãe é assassinada num jardim perto de sua casa, Bernie redescobre um talento antigo, algo que há muito decidira esconder. Ela prometera não o voltar a usar. Em tempos, quase a destruíra. Bernie Moon está finalmente preparada para recuperar a magia que perdeu. Ela sabe o que está em jogo, e está disposta a arriscar…

Um romance poderoso sobre relações entre homens e mulheres, crescimento e envelhecimento, poder e amizade."
Este é um livro que concentra em si vários aspetos: uma escrita muito fluída simples, mas elegante, sempre com novos acontecimentos, que nos levam a querer saber o que se passou a seguir. Aborda temas que, por mais que se vejam abordados, parece que nunca mudam: a sociedade machista em que ainda vivemos. A mulher acaba por se subjugar, porque é assim, porque toda a gente diz que é assim. É assim desde o berço, é assim que as próprias mães educam as filhas. Depois, é a própria sociedade que diz ser assim. 
Neste romance, a protagonista é Bernie Moon, chega à meia idade a pensar que está tudo errado, presa às tarefas domésticas e vida profissional, o que executa sem vivacidade, porque os sonhos, esses, ficaram algures na infância. Agora, resta-lhe uma menopausa com a qual não sabe lidar, o peso que não consegue perder e até tem de deixar de correr, porque se tornou perigoso, pois mataram uma mulher perto do local onde costumava correr sozinha. Kate trabalha numa livraria e vive, de certa forma, muito só, ainda que sempre rodeada de pessoas. Resta-lhe continuar a ser cada vez mais invisível, para todos e, em especial para o marido. E "As pessoas são como as casas. Todos temos espaços públicos. Fachadas bem iluminadas(...) No entanto, na maior parte do tempo, estamos dentro de casa e o que acontece lá é privado."

Conseguirá Bernie superar esta fase da sua vida e até aprender a libertar-se das amarras em que a sociedade espartilha a mulher?

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