Nessa Altura Já Cá Não Estamos, Lola Mascarell

 Mascarell, Lola (2022). Nessa Altura Já Cá Não Estamos. Alfragide: Publicações Dom Quixote.
Tradução: Rui Elias
Nº de páginas: 224
Início da leitura: 13/07/2023
Fim da leitura: 14/07/2023

**SINOPSE**
"Quando sabe que os pais puseram à venda a moradia onde passou férias durante a infância e a adolescência, a protagonista deste romance sente que lhe arrancam metade da vida. E as coisas pioram quando aparece um comprador. Recusando-se a perder a casa para um estranho, ela consegue adiar a venda e pede um empréstimo ao banco. E, enquanto aguarda o veredicto, instala-se na moradia, tentando aproveitar ao máximo aqueles que podem ser os seus últimos dias dentro dela. São recordações felizes as que lhe chegam sempre que abre uma gaveta ou desarruma um caixote: o seu grupinho de amigas, as tardes na piscina, as anedotas que o pai contava à mesa, as quedas de bicicleta, o primeiro namorado, as primeiras mentiras… Mas há também um inesperado segredo de família que se encontra estranhamente ligado ao destino que a casa terá em breve.

Este é um romance maravilhoso sobre as alegrias e as dores da juventude, narrado alternadamente por uma voz luminosa e fresca e outra adulta e desesperada. Como disse o grande escritor espanhol Luis Landero, poucas vezes foi tão bem evocado num livro o mundo da infância, com as suas incertezas, os seus terrores e as suas manias. Só por isso, já valeria a pena ler este romance. Mas, claro, há muito mais."
A narradora deste livro é a protagonista que se vai debater com a necessidade de os pais venderem a casa de campo em que passava, com a família, as férias de verão, uma casa que ela quer muito conservar, a casa das memórias da sua infância, com todos os pormenores, os objetos, os cheiros, os acontecimentos que estão nela. E a "memória é um animal caprichoso e cada um recorda aquilo que quer, conta como lhe apetece contar e deixa que essa versão se vá modificando com o tempo, à vontade do freguês." Ao longo da narrativa, vão-se desfiando memórias, rastos que foram sendo deixados pela casa, ao longo dos anos. E não é fácil cortar irremediavelmente os laços com "A Casa", a que é cúmplice da própria vida.
A forma escrita é extremamente poética, doce e de leitura muito agradável.
E nada nos prepara para o final surpreendente!
Aconselho a leitura!

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