A Carteira, Francesca Giannone

Giannone, Francesca (2024). A Carteira. Lisboa: Editorial Presença.

Tradução: Maria Ferro
Nº de páginas: 400
Início da leitura: 08/06/2024
Fim da leitura: 10/06/2024

**SINOPSE**
"Apaixonante, esta é a grande história de uma mulher à frente do seu tempo.

Em 1934, a uma pequena aldeia italiana, chega um casal: Carlo, que é do Sul, e está feliz por regressar; Anna, a sua mulher, de uma beleza helénica, parece triste e preocupada. Como será a sua vida naquela terra desconhecida?

Apaixonada pelo marido e desejada pelo cunhado - a quem nunca cederá -, Anna é uma figura completamente diferente de todos: não vai à igreja, é dona do seu nariz, diz o que pensa e nunca se irá vergar às leis e costumes que oprimem as mulheres. E, para espanto de todos, em 1935, decide concorrer ao lugar de carteiro e torna-se a primeira mulher a distribuir correspondência. Na verdade, será muito mais do que isso.

Ao longo das duas décadas seguintes, sem querer, mas sobretudo sem que os habitantes o queiram, Anna será a pessoa que mudará aquela aldeia. A pé, e depois de bicicleta, ela é a carteira, aquela que escuta todos, que leva cartas dos soldados da Segunda Guerra, postais de quem partiu para longe, confidências de amantes secretos. Anna é o fio invisível que liga centenas de vidas e as vai mudar para sempre.

Retrato familiar e de época, este romance é, sobretudo, a história de uma mulher extraordinária e a prova de como uma só pessoa, cheia de alma e coração, pode fazer a diferença nas alegrias e tristezas de tanta, tanta gente."
Um romance que é uma verdadeira saga familiar, envolvente, com personagens peculiares e marcantes (gostei especialmente da Anna e do Daniele). A história envolve-nos desde o início e vai crescendo de intensidade à medida que vamos entrando nos segredos e maneiras de ser das famílias que aqui se cruzam.
Uma mulher muito à frente no seu tempo, Anna, ao chegar à terra do marido e, ainda que não precise monetariamente, arranja um emprego como carteira. Para além deste emprego, muito bem descrito na sinopse, vai levar a cabo um projeto de uma casa para mulheres (muito pouco entendido na altura) desamparadas, que queiram mudar de vida, aprender, estudar, ler... 
Escrito de forma simples e elegante, prende-nos da primeira à última página.
Aconselho, desde já, a leitura!

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