Quando as Montanhas Cantam de Nguyen Phan Qué Mai

 Mai, Nguyen Phan Qué (2024). Quando as Montanhas Cantam. Lisboa: Alma dos Livros.

Tradução: Carla Ribeiro

Nº de páginas: 360

Início da leitura: 18/06/2024

Fim da leitura: 21/06/2024


**SINOPSE**

"Um país em guerra. Uma família dividida. Uma história de coragem e esperança.
Vietname, 1972. Do seu refúgio nas montanhas, a pequena Huong, e a sua avó observam Hanói a arder sob o fogo dos bombardeiros americanos. Até àquele momento a guerra tinha sido apenas uma sombra que afastara a família e dilacerava o país. Agora, entrava de forma brutal nas suas vidas.

Quando regressam à cidade, descobrem a sua casa completamente destruída e decidem reerguê-la, tijolo a tijolo. Para animar a neta, Di¿u Lan começa a contar a história da sua vida: desde os anos nas terras da família durante a ocupação francesa, as invasões japonesas e a chegada dos comunistas; da sua fuga desesperada para Hanói, sem comida nem dinheiro, e a dura decisão de deixar os filhos pelo caminho, na esperança de que, mais tarde ou mais cedo, se reencontrassem.

O tempo passa e quando finalmente terminam a reconstrução da casa, a guerra já terminou. Os veteranos estão a regressar da linha da frente e Huong pode finalmente voltar a abraçar a mãe, que está uma mulher muito diferente daquilo que ela se lembrava. A guerra roubou-lhe a esperança e as palavras; e caberá a Huong dar-lhe voz e ajudá-la na dura tarefa de se libertar do fardo amargo de todos os segredos..."
Este é um livro duro de ler, pois, apesar de ficcional, baseia-se em várias histórias reais e acontecimentos históricos que marcaram a guerra no Vietname. As personagens, uma família separada pela guerra, mas unida por laços que vão muito para além de tudo o que a possa separar, são marcantes e não podemos impedir-nos de partilhar com elas as dores que sentem, as tragédias que as marcam e as pequenas vitórias que alcançam. É incrível ver até onde vai a crueldade do ser humano, por ambição ou pura maldade. 
Para os mais sensíveis este não será um livro fácil. É de uma grande carga dramática, sobretudo por a sabermos tão real. A escrita é intensa, envolvente e dura. Gostei muito deste livro, se bem que, em alguns momentos, me tenha doído a alma perante alguns acontecimentos narrados.

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