O Caderno Proibido, Alba de Céspedes

Céspedes, Alba de (2024). O Caderno Proibido. Lisboa: Alfaguara Portugal.
Tradução: Ana Cláudia Santos

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 10/06/2024

Fim da leitura: 13/06/2024


**SINOPSE**

Roma, década de 1950: Valeria Cossati vai comprar cigarros para o marido, ignorando que sairá da tabacaria com um caderno que há de mudar a sua vida. Ao transformar esse caderno num diário secreto onde regista pensamentos e desejos do dia-a-dia, Valeria transforma-o num instrumento de emancipação: liberta-se das convenções sociais, do sentido de dever para com o marido e os filhos, dos limites autoimpostos que regem o seu pequeno mundo. A partir daqui, tudo é questionado. Valeria compreende que está em translação e decide conquistar o lugar que escolheu para si.

Clássico redescoberto, testemunho histórico de uma época, retrato primoroso da turbulência doméstica, O Caderno Proibido condensa a sede de liberdade de toda uma geração e das outras que se lhe seguiriam. Precursora da linhagem literária mais disruptiva da modernidade - de Virginia Woolf a Natalia Ginzburg, de Marguerite Duras a Vivian Gornick -, Alba de Céspedes celebra aqui o poder da escrita e a audácia indómita de uma mulher numa sociedade em ebulição.
Este livro magnífico faz-me pensar que, de facto, a escrita pode ter um poder catártico. O enredo não é complexo e gira em torno de muitos dos pensamentos sobre o passado, o presente, as relações familiares e pessoais da protagonista Valeria Cossati, que vai mudar a sua maneira de pensar e viver, a partir do momento em que compra e esconde em casa um caderno de capa preta. O que era inicialmente um simples caderno, passará a diário e controlará a sua vida. Vive atemorizada que os filhos ou o marido o descubram, tranca a gaveta onde o esconde e inventa desculpas para ser ela a procurar algo de que alguém possa precisar na despensa ou móveis, uma vez que teme que o encontrem. E o que esconde este caderno de uma mulher tão simples, com uma vida tão comum a tantas outras mulheres? Deixo o convite a entrarem neste diário e descobrirem as reflexões que ali vão sendo registadas.
Vale bem a pena ler. Gostei bastante!

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