Melo, Filipe e Cavia, Juan (2021). Balada para Sophie. Lisboa: Penguin Random House Grupo Editorial.
Nº de páginas: 320
Início da
Leitura:10/07/2021
Fim da Leitura:
10/07/2021
Balada
para Sophie é uma
novela gráfica, escrita por Filipe Melo e ilustrada por Juan Cavia, que acabou
de vencer os Prémios Bandas Desenhadas 2020 em três categorias: publicação,
argumento e ilustração nacionais. Foi também Prémio Livro do Ano Bertrand na
categoria de melhor livro de ficção lusófona, a par de O Mapeador de
Ausências de Mia Couto. Bem merecidos estes prémios.
Esta
novela gráfica é, de facto, extraordinária. Além de ilustrações maravilhosas, o
argumento é, realmente, uma delícia.
Sinopse:
“Cressy-la-Valoise,
1933
Dois
jovens pianistas, nascidos numa pequena vila francesa, cruzam-se num concurso
local. Julien Dubois, o herdeiro privilegiado de uma família rica, e François
Samson, o invisível filho do responsável pela limpeza do teatro. Nessa noite,
um deles venceu.
Cressy-la-Valoise,
1997
Uma
enorme mansão é abalada pela inesperada visita de uma jornalista. Numa nuvem de
cigarros e memórias, algures entre a realidade e a fantasia, Julien vai
compondo, como numa partitura, uma história sobre o preço do sucesso,
rivalidade, redenção e pianos voadores. Afinal, algum deles alguma vez terá
vencido? E haverá ainda alguma música por tocar?”
OPINIÃO
Devo
dizer que não consegui largar este livro enquanto não o terminei. É uma
verdadeira delícia. Uma história profunda que não nos deixa indiferentes.
Daquelas que não esqueceremos tão facilmente.
Começamos
com a visita de Adelina, que se apresenta em casa de um antigo pianista famoso,
Julien Dubois (que ficou conhecido sob o nome artístico de Eric Boujour), como
uma jornalista do Le Monde, para fazer uma entrevista. Depois de recusar e de ela ficar a dormir ao relento à porta de sua casa, Julien acaba por aceder a dar-lhe a entrevista. É aí que passamos
a conhecer o verdadeiro Julien Dubois, como se tornou pianista, quais as
verdadeiras motivações, as rivalidades, o mundo da fama e o pedantismo, o que o
tornou, aos seus olhos, um vilão.
E
mais não conto, porque aconselho vivamente a deliciar-se com esta excelente obra.
Bem escrita, com um argumento incrivelmente bom! Este protagonista é um
anti-herói, que nos revolta e, ao mesmo tempo, nos comove. Duro, verosímil e
enternecedor, é uma leitura a não perder!
“É
incrível a força que se ganha…Quando alguém acredita em nós mais do que nós
próprios.” (pág. 103).
0 Comentarios