Whitehead, Colson (2020). Os Rapazes de Nickel. Lisboa: Alfaguara.
Nº de páginas:
248
Início da
leitura: 18/07/2021
Fim da leitura:
19/07/2021
Os Rapazes de Nickel é um romance de Colson Whitehead,
escritor nova iorquino, traduzido por Hugo Gonçalves. Foi prémio Pulitzer de
ficção, prémio kirkus e finalista do National Book Critics Circle Award e do
Orwell Prize for Political Fiction.
SINOPSE
“Colson
Whitehead regressa com a história de dois amigos que lutam pela sobrevivência
num reformatório para jovens, num país e num tempo em que a cor da pele
determina demasiado.
O
seu destino acaba no reformatório Nickel, uma instituição que se vangloria de
fazer dos seus rapazes homens honrados e honestos. Mas por trás da fachada de
rigor esconde-se uma câmara de horrores.
Do
aclamado autor de A Estrada Subterrânea
chega-nos esta história baseada em factos reais, de dois amigos que lutam pela
sobrevivência num reformatório para jovens onde, por trás da fachada, se esconde
uma câmara de horrores.
À medida que o cerco aperta no reformatório, parece haver apenas dois caminhos possíveis: fugir ou aceitar o cruel destino dos que ousam rebelar-se. Turner, o novo amigo de Elwood, está convicto de que a solução passa por repetir a crueldade dos opressores. Já Elwood acredita que é possível seguir o pacifismo que Luther King advogava. O cepticismo de um e o idealismo do outro levá-los-á a desembocar numa decisão com repercussões inescapáveis. Baseada no caso real de um reformatório da Flórida que destruiu a vida de milhares de jovens, Os rapazes de Nickel é um romance de brutal impacto emocional. Uma obra literária que exibe a pujança de um escritor em plena forma, que explora a ferida aberta da segregação racial nos Estados Unidos e levanta uma poderosa voz contra a injustiça.”
Opinião:
Este
incrível relato na primeira pessoa, apesar de ficcional, baseia-se em factos
reais, ocorridos num reformatório na Flórida, Arthur Dozier Scholl for Boys, nos
anos 1950/60, que acabou por ser investigado, quando encontraram campas com
corpos não identificados. Os rapazes, especialmente de raça negra, enviados
para esta casa de correção, acabavam por ser vítimas de uma crueldade ímpar, agredidos
de forma extrema.
A
forma direta e dura como esta história cruel nos é contada, choca e faz-nos
sofrer com as personagens. Queremos forçosamente acreditar numa mudança, até
pela forma como o protagonista, Elwood, pensava, pelo seu interesse pelos
estudos, pelos livros. Porque acreditava que poderia almejar um futuro melhor, ao
decidir seguir os estudos universitários. Mas, nem sempre o destino é justo e Elwood
vê-se apanhado no emaranhado que o destino teceu. Este livro faz-nos sentir as
constantes atrocidades a perpassarem-nos a alma, deixando-nos impotentes e com
uma grande sensação de revolta, porque “Aqui e lá fora é tudo igual, só que
aqui ninguém tem de fugir” (citação do livro). Um livro que aconselho vivamente
à leitura!
0 Comentarios