Leyson, Leon; Harran, Marilyn J.; Leyson, Elisabeth (2014). O Rapaz do Caixote de Madeira. Barcarena: Editorial Presença.
Nº
de páginas: 188
Início
da leitura: 24/07/2021
Fim
da leitura: 25/07/2021
O
Rapaz do Caixote de Madeira
é um livro de Leon Leyson com Marilyn J. Harran e Elisabeth B. Leyson,
traduzido por Fátima Andrade. Quando o estado de saúde de Leon se começou a
revelar mais frágil, Tom Zoellner, da Universidade de Chapman, enviou a
proposta de publicação do livro de Leyson à Agência Peter Steinberg, que prontamente
reconheceu o valor da história e contactou a diretora editorial da Atheneum
Books na Simon & Schuster Publishers.
Sinopse: “Leon Leyson tinha apenas dez anos
quando os nazis invadiram a Polónia em 1939 e a sua família foi forçada a viver
no gueto de Cracóvia. Neste seu livro de memórias, Leon começa por nos descrever
uma infância feliz, na sua aldeia natal e felizmente para a família, o seu
caminho cruzar-se-ia com o de Oskar Schindler que os incluiu na célebre lista
dos trabalhadores da sua fábrica. Na altura com apenas 13 anos, Leon era tão
pequeno que tinha de subir para cima de um caixote de madeira para chegar aos
comandos das máquinas. Ao longo desta história, que reproduz com autenticidade
o ponto de vista de uma criança, Leon Leyson deixa-nos entrever, no meio do
horror que todos os dias enfrentavam, a coragem, a astúcia e o amor que foram
necessários para poderem sobreviver.”
Opinião: Este livro é emocionante e é
impossível ficar-se indiferente à história de vida de Leon Leyson. É uma
história real, passada durante a Segunda Guerra Mundial. O que me prendeu desde
logo a este livro, para além do interesse que tenho na temática, foi o facto de
ser relatada pela voz de uma criança. É a voz ingénua de uma criança, que não
imagina que determinadas atrocidades possam ser ou vir a ser reais. É uma
criança que vive nos guetos com a família e que nos conta o valor dessa
instituição, que é a família, na comunidade judaica. Foi sempre seu desejo
manter a família unida, mesmo nos momentos mais difíceis. Padeceu muitas
atrocidades, como a fome extrema, os espancamentos, o trabalho desumano. Conta-nos
tudo o que ainda continuaram a passar, mesmo após a libertação, em 1945,
voltando como refugiados, estrangeiros, retornados…, sem saberem ser livres. Ainda
assim, tem a noção de que não passou nem por metade do que passaram os enviados
para Auschwitz e Birkenau. E agradece-o a Schindler. Ele e a família fizeram
parte da Lista de Schindler, considerando-se como um dos “filhos” de Schindler.
Este valeu-se da sua condição de nazi para traçar uma estratégia que lhe
permitisse salvar, como sucedeu, os cerca de mil e duzentos judeus “de uma
morte quase certa”. As fotos mostram-nos os locais onde viveram, a família de
Leon, as suas conquistas, os amigos, documentando vários momentos da história e
deixando-nos irremediavelmente ligados a esta família.
E
mais não conto. Apenas sugiro a leitura deste pequeno grande livro.
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