Gostas do que Vês?, Rute Coelho

Coelho, Rute Pinheiro (2014). Gostas do que Vês?. Alfragide: Oficina do Livro.

Nº de páginas: 176

Início da leitura: 31/07/2021

Fim da leitura: 31/07/2021

Sinopse do livro:

“Natália e Cecília não se conhecem. São duas mulheres jovens muito diferentes, uma introvertida e amargurada, a outra confiante e determinada. Mas têm a irmaná-las o excesso de peso - e, apesar de cada uma lidar com ele à sua maneira, fugindo do espelho ou assumindo o corpo, a verdade é que nem sempre é fácil viver numa sociedade com os cânones de beleza instituídos e na qual se convive diariamente com o preconceito.

Natália está convencida de que não merece ser feliz; Cecília, pelo contrário, numa atitude desafiante, defende a beleza das suas curvas e o seu direito à felicidade, independentemente da diferença e da discriminação social.

Num mundo em que se mascara a felicidade com plásticas e dietas loucas, Rute Coelho construiu uma história realista e surpreendente sobre a forma como podemos e devemos assumir o nosso corpo, aprendendo a gostar dele através das mudanças necessárias.”

Opinião:

Sinceramente, pela capa do livro, nunca apostaria na sua leitura. Porém, fiquei interessada, quando li uma crítica positiva da minha querida Manuela Colaço. Como é pequenino, lê-se num ápice.

Porém, a capa só se percebe realmente ao ler o livro. Esta é uma história de mulheres de XXL para cima, com todas as suas dúvidas, frustrações, que gostam realmente de comer, que se refugiaram na comida, que sempre foram “gordinhas”, mas que, como todas as mulheres, têm sonhos. Só que esses sonhos vão, muitas vezes, ficando em segundo plano, porque acreditam que os sonhos são para as magras. Fecham-se nas suas inseguranças, nas suas reservas em relação à capacidade de serem amadas, não só por alguém do sexo oposto, especialmente por elas. Vítimas de olhares condenatórios, de constantes repreensões até por parte dos que lhes são mais próximos, vivem para comer, deixam de viver, no verdadeiro sentido da palavra.

E estas mulheres acabam por ser extremamente duras com elas próprias, julgando-se inferiores, indignas, impedindo-se de viver plenamente.

Afinal, esta é uma história mais real do que possa parecer, a história de quem vai recusando os espelhos que a própria vida lhes vai apontando. Até quando?

As duas protagonistas têm diferentes formas de lidar com a situação. Contudo, a sociedade ainda lida mal com estas situações, ainda se olha de lado, de forma preconceituosa.

Um romance, apesar de tudo, leve, de escrita fluída, uma boa opção para uma tarde de verão.

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