1984, A Novela Gráfica de George Orwell adaptada por Fido Nesti

Nº de páginas: 224

Início da leitura: 10/07/2021

Fim da leitura: 11/07/2021

1984, A Novela Gráfica é uma adaptação do clássico de George Orwell por Fido Nesti, publicada em 2020 pela Penguin Random House.

Sinopse:

“No ano 1984, Londres é uma cidade lúgubre, em que a Polícia do Pensamento vigia de forma asfixiante a vida dos cidadãos. O mais grave dos crimes é ter uma mente livre.

Winston Smith é um peão nesta engrenagem perversa e a sua função é reescrever a História para a adaptar ao que o Partido considera a versão oficial dos feitos. É o que faz, até decidir questionar a verdade do sistema repressor. Na ânsia de liberdade e verdade, arrisca a vida ao apaixonar-se por uma colega, a bela Julia, e rebelar-se contra o poder vigente.

Publicada originalmente em 1949, a obra mais poderosa de George Orwell é, pela primeira vez, adaptada a novela gráfica, no traço do artista brasileiro Fido Nesti, que capta magistralmente os rostos, corpos e cenários de um mundo que, cada dia, é menos difícil de imaginar.”

Opinião:

Esta distopia, com uma realidade prevista quando a obra foi escrita, em 1949, faz-nos pensar que Orwell era um visionário. Não estaremos todos, hoje em dia, sob a mira do “grande irmão”?

Mas quando essa mira é posta ao serviço de um governo totalitarista, lembrados a toda a hora, por cartazes que indicam que “O Grande Irmão está a ver-te”, obrigados a viver “graças a um hábito transformado em instinto”, vigiados de forma constante e meticulosa pelos telecrãs, não podendo manifestar jamais qualquer sentimento (nem sequer de espanto), celebrando “A Semana do Ódio”, constatamos que não é fácil viver sem que se sentir atemorizado, receoso de cometer alguma imprudência. A ação decorre em Londres, designada como Pista Um e Winston Smith vive sob essa pressão, temendo até lembra-se do passado, da mãe e da irmã. Receia manifestar o que realmente pensa (“eu odeio o Grande Irmão”), pois a Polícia do Pensamento está sempre atenta. Então, a verdade tem, necessariamente, de passar a ser a do Partido. Ninguém é livre de viver nem de pensar. Até a língua, sujeita ao novo e reduzido Dicionário de Novilíngua, é uma forma de repressão, porque a tacanhez de espírito é muito conveniente a um Partido repressivo como o vigente.

Gostei muito deste livro, penso que não desvaloriza a obra original e confere-lhe, se possível, mais vivacidade, através do poder evocativo da imagem. As ilustrações são impressionantes, duras, captando de forma tão intensa os pensamentos, emoções, medos e vidas das personagens, que, em alguns momentos, nos arrepiam e nos levam a sofrer com elas.

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