A Educação de Eleanor, Gail Honeyman

Honeyman, Gail (2017). A Educação de Eleanor. Porto: Porto Editora.

Nº de páginas: 328

Início da leitura: 08/08/2021

Fim da leitura: 10/08/2021

A Educação de Eleanor é um romance escrito por Gail Honeyman e traduzido Elsa T. S. Vieira.

Sinopse:

“Costa Award para Primeiro Romance

Livro do Ano British Book Awards

Livro do Ano da Livraria W H Smith

Nomeado para Livro do Ano pela Goodreads

Eleanor Oliphant tem uma vida perfeitamente normal - ou assim quer acreditar. É uma mulher algo excêntrica e pouco dotada na arte da interação social, cuja vida solitária gira à volta de trabalho, vodca, refeições pré-cozinhadas e conversas telefónicas semanais com a mãe.

Porém, a rotina que tanto preza fica virada do avesso quando conhece Raymond - o técnico de informática do escritório onde trabalha, um homem trapalhão e com uma grande falta de maneiras - e ambos socorrem Sammy, um senhor de idade que perdeu os sentidos no meio da rua.

A amizade entre os três acaba por trazer mais pessoas à vida de Eleanor e alargar os seus horizontes. E, com a ajuda de Raymond, ela começa a enfrentar a verdade que manteve escondida de si própria, sobre a sua vida e o seu passado, num processo penoso mas que lhe permitirá, por fim, abrir o coração.”

 

Opinião:

Devo dizer que, inicialmente, não gostei da protagonista do livro. Eleanor Oliphant apresenta-se-nos como uma jovem de pouco mais de trinta anos, antissocial, demasiado crítica, tecendo juízos de valor sobre tudo e todos, com uma paixoneta de uma típica adolescente por um cantor, acreditando que poderá vir a ter um relacionamento sério com alguém que desconhece, preocupada (de repente) com o que poderia mudar em termos de imagem para impressionar o seu ídolo de sapatos engraxados.

Aos poucos, à medida que Eleanor se dá a conhecer, vamos desconstruindo todas estas ideias iniciais. Há fortes motivos para Eleanor ser como é. É antissocial, porque rejeitada, porque se sentiu sempre inadaptada, porque não deixara de ser a menina de 10 anos que passou por uma terrível provação, porque a educação que lhe foi dada pela mãe a deixou repleta de ideias pré-concebidas, porque a mãe sempre a humilhou e sempre “gozou” com toda a gente. Talvez, por isso, Eleanor se tenha tornado demasiado crítica. Por outro lado, gosta de rotinas, que lhe conferem uma segurança que não sente. Vive na sua solidão, conversando com uma planta, a única forma de vida que tem há muito tempo. Refugia-se no seu espaço de sonho, que criou na sua imaginação. Penso que o cantor seria o prolongamento exterior desse lugar de sonho. Eleanor bebia, ao fim de semana, para a ajudar a esquecer os fantasmas e passar mais depressa o tempo em que estava sozinha, em casa.

À medida que a história avança, ficamos completamente rendidos a Eleanor. Confesso que me apeteceu abraçá-la para a reconfortar.

Da história em si, não vou falar, porque não quero adiantar muito, nem tirar o prazer da leitura a futuros leitores.

Só para terem uma noção do quanto gostei deste livro, apesar de ter terminado a sua leitura a altas horas da noite, só agora consegui falar sobre ele e, garantidamente, afeiçoei-me a esta forte jovem, que ficará comigo, no cantinho especial que tenho reservado, na minha mente, às personagens que me marcaram mais nos livros que leio.

 

 

0 Comentarios