Audrain, Ashley (2021). Instinto. Lisboa: Suma das Letras.
Nº de páginas: 344Início da
leitura: 16/08/2021
Fim da leitura:
17/08/2021
Instinto é um thriller de Ashley Audrain, traduzido
por Gonçalo Neves.
Sinopse:
“Blythe
Connor está determinada a ser a mãe afetuosa e solidária que nunca teve. No
entanto, no auge dos esgotantes primeiros dias de maternidade, Blythe
convence-se de que alguma coisa não está bem com Violet.
Com
o passar do tempo, a sensação agrava-se: a filha é distante, rejeita o afeto e
revela-se cada vez mais perturbadora. Ou estará tudo apenas na cabeça de
Blythe?
O
marido diz que ela está a imaginar coisas. Quanto mais Fox ignora os seus
receios, mais ela se questiona sobre a sua própria sanidade mental.
Quando
nasce o filho mais novo, tudo parece melhorar: Blythe sente com Sam a ligação
que sempre imaginou; Violet acalma e parece adorar o irmão mais novo.
Mas,
de repente, tudo muda e Blythe não poderá mais ignorar a verdade sobre o seu
passado e sobre a sua filha. Onde está a verdade quando tudo tem duas caras?”
Opinião:
Este
é um livro que se lê num ápice e com o coração nas mãos. Pode não ser
excecional, mas tem um ritmo fluído e intenso, conseguido até pelos capítulos
breves, as ações alternadas (momento atual e o passado da protagonista), e é criado
suspense no fim de cada capítulo.
É
um livro que envolve medos, mentiras, traições, angústias. De forma crua,
abordam-se questões reais sobre a maternidade. Não consigo compreender o desprendimento
desta mãe pela filha, quando ela nasceu. Porém, tendo em conta o seu passado,
poderia haver uma disfunção que a levasse a agir assim. Será que os problemas
comportamentais dos adultos, acabam por se reproduzir nas
gerações seguintes? Ser mãe implica necessariamente um amor à primeira vista, o
tal “sentimento maternal” quando o bebé nasce? É a mãe que condiciona esses
sentimentos ou poderá haver bebés pelos quais é difícil nutrir esse amor
maternal? Não poderá uma mãe, ao quebrar-se a ideia de uma maternidade
perfeita, ao constatar o quão difícil é ser mãe, desistir de o ser na sua
plenitude? Tem direito a isso?
Poderá
uma criança nascer má? Ou, pura e simplesmente, os seus comportamentos são influenciados
pela falta de afeto ou por não ser amada pela mãe?
Não
é fácil explicar sem julgar. Mas, também não quero julgar.
Apesar
de considerar que se poderia ter tornado a história ainda mais densa e obscura,
posso dizer que gostei.
Aconselho
a leitura deste thriller.
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