Towles, Amor (2017). Um Gentleman em Moscovo. Alfragide: Dom Quixote.
Nº de páginas:
544
Início da
Leitura: 15/08/2021
Fim da Leitura:
16/08/2021
Um
Gentleman em Moscovo é
uma obra de ficção escrita por Amor Towles e traduzida por Tânia Ganho.
Sinopse:
Por
causa de um poema, um tribunal bolchevique condena o conde Aleksandr Rostov a
prisão domiciliária. Ficará retido, por tempo indeterminado, no sumptuoso Hotel
Metropol. A prisão pode ser dourada. Mas é uma prisão.
Estamos
em Junho de 1922. Despejado da sua luxuosa suíte, o conde é confinado a um
quarto no sótão, iluminado por uma janela do tamanho de um tabuleiro de xadrez.
É a partir dali que observa a dramática transformação da Rússia. Vê com
tristeza os magníficos salões do hotel, antes animados por bailes de gala,
serem agora esmagados pelas pesadas botas dos camaradas proletários. E vê-se
obrigado a negociar a sua sobrevivência, num ambiente subitamente hostil.
Aos
poucos, porém, o aristocrata descobre aliados no hotel, com quem partilha o seu
amor pelo belo - e a defesa de valores morais que nenhuma ideologia poderá
vergar. Faz-se amigo do chef, dos porteiros, do barbeiro, do encarregado da
garrafeira, e com eles conspira para devolver ao Metropol a sua antiga e
majestosa glória. Ao mesmo tempo, toma sob a sua proteção uma menina
desamparada, a quem provará que a vida não se resume à luta de classes.
Amor
Towles oferece-nos um dos mais requintados (e melancólicos) romances dos
últimos anos.
Uma
obra épica, habitada por uma galeria de personagens inesquecíveis e servida por
uma escrita de uma elegância cada vez mais rara nas letras contemporâneas.”
Opinião:
Um
livro maravilhoso, numa belíssima edição cartonada, em preto e dourado, de que
não me esquecerei, pela história tão bem narrada, tão rica, pelas personagens tão
completas e ricas.
O
Conde Aleksandr Ilitch Rostov é um verdadeiro gentleman, um homem de gostos
requintados, no que concerne às refeições (que o torna capaz de distinguir os
temperos mais nobres de outros), ao vinho que as acompanha, à forma como se
relaciona com os outros, como fala e tenta resolver as situações que se lhe
deparam. É um homem culto, com sentido de humor, de hábitos (como o pequeno
almoço, as 15 flexões e agachamentos, que faz todos os dias de manhã). Parece
sempre muito ponderado, se bem que aprecie os pequenos prazeres da vida, vive a
vida calmamente, vai semanalmente ao barbeiro, vive despreocupadamente.
Gostei
imenso de Nina e de Sofia. Esta última cativa de tal forma o conde, que passa a
fazer parte integrante da sua vida, como sua filha.
Não
posso contar mais sobre esta história fantástica, surpreendente até ao fim e
que aconselho vivamente à leitura.
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