Sinha, Umi (2016). Lila e o Jogo de Deus. Alfragide: Edições ASA.
Nº de páginas: 384
Início da leitura:
18/08/2021
Fim da leitura:
19/08/2021
Lila e o
Jogo de Deus é um
romance escrito por Umi Sinha, filha de mãe inglesa e pai indiano, e traduzido
por Ana Saldanha.
Sinopse do
livro:
“Lila
Langdon tem apenas doze quando testemunha uma tragédia. O dia era de festa, o
pai celebrava cinquenta anos. A mãe preparara um presente de aniversário
especial: uma toalha de mesa delicadamente bordada.
A
surpresa, revelada durante um elegante jantar, tem um efeito demolidor.
Horrorizados, os convidados partem rapidamente em estado de choque. O pai
retira-se para o seu escritório e dá um tiro na cabeça. Lila, que observa às
escondidas, não percebe o que se passa mas sabe de imediato que a sua infância acabou
de chegar ao fim.
Arrancada aos aromas e cores da Índia que a viu nascer, é levada para a
cinzenta Inglaterra. Será em casa da tia-avó Wilhelmina que Lila descobre,
através de cartas e diários, os segredos, frustrações e confissões dos seus
antepassados, desde os tempos da avó na Índia, à estranha infância do pai e o
seu turbulento casamento com a enigmática Rebecca.
Muitos
anos passaram, mas estará Lila realmente preparada para desvendar o mistério
daquela noite fatídica?”
Opinião:
Que livro
maravilhoso, empolgante, comovente, duro e dolorosamente belo!
Logo
no início do livro, é-nos apresentada uma árvore genealógica das personagens
que, em algum momento da história, têm um papel preponderante. Dei comigo a
consultá-la durante a leitura da obra, uma vez que nos é apresentada a história
de várias gerações para que, mais facilmente, possamos compreender a de Lila.
Este
livro parte de dados históricos reais, incidentes, partes de diálogos,
descrições, espaços e momentos que existiram, de facto, onde se movem
personagens que poderiam muito bem ter existido, mas que, como a própria autora
nos revela, são pura ficção. Porém, conferem maior verosimilhança à história
narrada. De entre as fontes utilizadas pela autora, temos algumas que se referem
ao Amotinamento Indiano, aos acontecimentos em Cawnpore, ao movimento
sufragista feminino, à I Guerra Mundial relativamente ao Exército Indiano, ao Hospital
Indiano em Brighton, entre outros.
A
narração destes episódios é bastante crua e dura. Por mais que tenhamos lido
sobre a temática, nunca imaginamos a guerra como ela realmente foi e este
relato de acontecimentos extremamente violentos neste livro ainda tem o poder
de nos arrepiar e surpreender.
A
história desta família surge de forma alternada, o que nos permite compreender
o presente, com recurso aos acontecimentos passados narrados.
Como
é percetível na leitura da sinopse, Lila é confrontada com o suicídio do pai,
num dia de festa, depois de ter visto a toalha que a mulher bordara para lhe
oferecer. Mas o que teria esta toalha que causou horror entre todos os
presentes, que se esgueiraram da festa o mais rápido que puderam? É o que, mais
tarde, será revelado a NLila e, aí, somos nós que ficamos horrorizados! Como
sempre, não posso revelar.
Para
descobrir este e muitos outros segredos que esta família oculta ao longo dos
anos, terá de ler o livro e garanto que não se arrependerá!
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