A Filha Devolvida, Donatella Di Pietrantonio

 Pietrantonio, Donatella Di (2017). A Filha Devolvida. Alfragide: Edições ASA.


Tradução: Tânia Ganho

Nº de páginas: 200

Início da leitura: 27/08/2023

Fim da leitura: 28/08/2023

**SINOPSE**

"Aos treze anos, uma menina descobre brutalmente que o homem e a mulher que a criaram não são seus pais. Filha única, privilegiada, com uma casa à beira-mar e aulas de ballet, é obrigada a abandonar o lar onde cresceu para ser devolvida à família biológica. Não lhe é dada qualquer explicação. Leva consigo uma mala e um saco de sapatos. Começa agora uma nova e inesperada vida.

A família biológica é pobre, caótica e pouco acolhedora. Naquela que é agora a sua casa, na aldeia, tem de partilhar um colchão com a irmã e o quarto com os três irmãos mais velhos. A violência, a fome, os costumes… tudo lhe é incompreensível. Mas há a pequena Adriana, que a recebe com a candura típica das crianças; e há Vincenzo, o irmão mais velho, que a protege mas também a olha como se fosse já uma mulher…

É na sua relação com eles que a jovem irá encontrar forças para começar de novo e - quem sabe? - construir a sua própria identidade."
Um livro pequeno, de fácil mas intensa leitura. Duro, mas subtil na forma como aborda uma questão tão relevante e verosímil, os filhos que são dados a criar a outros familiares. O próprio título já nos dá imediatamente pistas sobre a história.
De acordo com o que percebi, a narradora, já adulta, recorda a sua infância, sobretudo o momento marcante em que, aos 13 anos, lhe é dito que será devolvida à sua família biológica, sem que lhe sejam dadas explicações. A família que a criou, deu-lhe todo o conforto e condições para vir a ter um bom futuro, realizar os seus estudos e sonhos. Porém, a família biológica, que tem mais uma série de filhos, é muito pobre, dormindo todos amontoados em beliches, tendo de se habituar à urina dos irmãos que se descuidam... Tudo nesta sua nova vida é diferente, além de ser recebida, especialmente pelos adultos, como uma intrusa, mais um encargo, como se não tivessem já suficientes... Como decorrerá a vida da protagonista junto dos pais e irmãos? Por que razão a família que a criou a mandou embora? Estas são questões que, ao longo da história vão sendo respondidas, aumentando o "suspense" no leitor até ao final, um final também ele, muito "sui generis".
Convido à leitura desta pequena pérola!

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