O Colégio Feminino de St. Ambrose, Jessica Ward

Ward, Jessica (2023). O Colégio Feminino de St. Ambrose. Alfragide: Casa das Letras.

Tradução: Inês Vaz Pinto

Nº de páginas: 448

Início da leitura: 31/07/2023

Fim da leitura: 02/08/2023

**SINOPSE**

"Quando Sarah Taylor chega ao exclusivo Colégio de St. Ambrose, transporta muito mais bagagem do que aquela que cabe na sua mala. Sabe que não é como as outras raparigas - se a sua roupa, toda preta e sem marca não o revela, o frasco de comprimidos que esconde na gaveta da sua secretária demonstrá-lo-á.

A abelha-mestra de St. Ambrose, Greta Stanhope, escolhe Sarah como alvo desde o primeiro dia. É a rapariga mais popular, poderosa e terrível da escola, e será implacável a garantir que Sarah saiba qual é a ordem da hierarquia.

Felizmente, Sarah tem como companheira de quarto Ellen Strots Strotsberry, uma atleta fumadora que não se deixa enganar pelo diabo. Também ao fundo do corredor está Nick Hollis, o orientador da Residência devastadoramente bonito, e o objeto das fantasias de mais uma estudante do St. Ambrose. Entre Strots e Nick, Sarah espera conseguir passar o semestre, lidando não só com os seus estudos e um diagnóstico bipolar recente, mas também com as partidas cada vez mais maliciosas de Greta.

Sarah está determinada a não dar a Greta a satisfação de a conseguir quebrar. Mas, quando o escândalo se agudiza, e alguém acaba morto, o seu mundo ameaça desabar de formas que ela nunca poderia ter imaginado. O Colégio Feminino de St. Ambrose é um romance perigoso, delicioso e sinuoso, que ficará consigo muito depois de virar a última página.
Inicialmente, confesso que não foi fácil entrar nesta sinuosa história. Porém, a partir de cerca das primeiras 80 páginas, começou a revelar um maior suspense. As personagens envolvem-nos, de tal forma, que nos vemos a entrar na cabeça da protagonista, Sarah Taylor, uma jovem bipolar de 15 anos, que vai narrando a história "real" a par de várias histórias que se vão desenrolando apenas na sua cabeça. No meio de tudo isto, temos os lapsos temporais dos momentos em que ela se esquece de acontecimentos vividos (como ter tomado banho, ter-se deitado...). E há acontecimentos avassaladores, que nos angustiam, nos alvoroçam, nos desnorteiam e que não são, de todo, previsíveis.
Para além de abordar a questão da doença bipolar, retrata, de forma dura e até sombria, o Bullying que, infelizmente, ainda se verifica em muitos colégios, especialmente femininos, a fraca recetividade à diferença, os grupos de raparigas arrogantes e irritantes, capazes de atos de malvadez extremamente cruéis e desumanos. Muitas destas ações são responsáveis, junto com doenças do foro psicológico, por pensamentos suicidas. A ação decorre em 1991, num colégio de Massachusetts.
Penso que alguns momentos narrados no início da história eram desnecessários e poderão levar quem não persista a desistir da leitura, bem como encerra passagens demasiado descritivas e repetitivas; mas, ainda assim, para mim é um livro que se lê muito bem. Gostei do final imprevisível e gostei do amadurecimento da protagonista no que concerne à sua visão e compreensão da mãe. Apesar de não estar classificado como tal, para mim é um YA e com certeza que os jovens que apreciem romances góticos e sombrios não deixarão de apreciar este também.

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